Opiniões
Por
Horst Engels
Recebi há uns dias esta opinião pelo email de um amigo. Realmente uma opinião muito interessante, aquela opinião do economista chinês. Mas eu penso que é apenas metade da verdade. Leem aquele que o Professor chinês acha sobre a sociedade europeia. Depois permito me dar a minha opinião também.
Os europeus correm velozmente contra o muro
Respondi o seguinte ao meu amigo que me mandou o mail:
Concordo em parte com a opinião deste professor. Mas era bom se os europeus e todos os restantes habitantes do mundo se interessassem verdadeiramente para a ecologia e praticassem a de forma sustentável.
A grande questão também não me parece o aumento da riqueza neste momento. A grande questão para mim parece ser o problema da demografia, portanto de Malthus. Eu acredito que Thomas Malthus teve razão com a sua teoria e que a população humana pode sofrer depois de atingir a plataforma com 10 biliões de pessoas uma grande queda devido ao esgotamento dos recursos naturais e provavelmente ao grau de poluição ambiental até aí obtido e causado. É isso que vai fazer sofrer a humanidade, não o (não)-aumento da riqueza. Alias, todos os sistemas económicos continuam com a falsa premissa de uma economia de crescimento contínuo, tanto a nossa como a chinesa; e viu-se novamente bem ontém no G20 quando os bancos foram novamente reenforçados para garantir a continuação do crescimento económico.
Alias, visto por um biólogo, o sistema económico parece ter muitas paralelas com uma cadeia alimentar - e neste momento tenta-se regular apenas os "top-predadores". Mas uma cadeia alimentar não funciona de cima para baixo, mas de baixo para cima*. Por isso, onde se tem de começar é na base e não no top. Enquanto os políticos não percebem isso não há nada a fazer.
O relatório que está a sair sobre emissão CO2 é desastroso e por isso o aquecimento global vai ser muito mais rápido do que previsto. Não tenho dúvida que corremos um enorme risco de autodestruição, - mas não pela nossa preguiça, sim pela maneira como consumimos e como vivemos. A concentração de pessoas nas cidades, o abandono da agricultura tradicional, o uso dos automóveis, a mecanização e a informática e a crescente centralização dos poderes económicos que destroem emprego etc.
*Na realidade o modelo hierárquico da cadeia alimentar é ainda um modelo muito simplificado. O que parece existir é de facto uma rede alimentar com muitas não-linearidades e efeitos possivelmente caóticos no meio disso todo, portanto um sistema complexo, extremamente difícil de analisar (veja também: 1 - Palestre sobre linearidades e não-linearidades na Natureza e 2 - Palestre sobre subjectividade e objectividade nas Ciências Naturais). Os sistemas ecológicos e os sistemas económicos assemelham-se sem dúvida nesta complexidade.
A grande questão também não me parece o aumento da riqueza neste momento. A grande questão para mim parece ser o problema da demografia, portanto de Malthus. Eu acredito que Thomas Malthus teve razão com a sua teoria e que a população humana pode sofrer depois de atingir a plataforma com 10 biliões de pessoas uma grande queda devido ao esgotamento dos recursos naturais e provavelmente ao grau de poluição ambiental até aí obtido e causado. É isso que vai fazer sofrer a humanidade, não o (não)-aumento da riqueza. Alias, todos os sistemas económicos continuam com a falsa premissa de uma economia de crescimento contínuo, tanto a nossa como a chinesa; e viu-se novamente bem ontém no G20 quando os bancos foram novamente reenforçados para garantir a continuação do crescimento económico.
Alias, visto por um biólogo, o sistema económico parece ter muitas paralelas com uma cadeia alimentar - e neste momento tenta-se regular apenas os "top-predadores". Mas uma cadeia alimentar não funciona de cima para baixo, mas de baixo para cima*. Por isso, onde se tem de começar é na base e não no top. Enquanto os políticos não percebem isso não há nada a fazer.
O relatório que está a sair sobre emissão CO2 é desastroso e por isso o aquecimento global vai ser muito mais rápido do que previsto. Não tenho dúvida que corremos um enorme risco de autodestruição, - mas não pela nossa preguiça, sim pela maneira como consumimos e como vivemos. A concentração de pessoas nas cidades, o abandono da agricultura tradicional, o uso dos automóveis, a mecanização e a informática e a crescente centralização dos poderes económicos que destroem emprego etc.
*Na realidade o modelo hierárquico da cadeia alimentar é ainda um modelo muito simplificado. O que parece existir é de facto uma rede alimentar com muitas não-linearidades e efeitos possivelmente caóticos no meio disso todo, portanto um sistema complexo, extremamente difícil de analisar (veja também: 1 - Palestre sobre linearidades e não-linearidades na Natureza e 2 - Palestre sobre subjectividade e objectividade nas Ciências Naturais). Os sistemas ecológicos e os sistemas económicos assemelham-se sem dúvida nesta complexidade.
Olá Engels!
ReplyDeleteSão interessantes os pontos de vista do professor chinês,embora me pareçam muito simplistas. A sua resposta pareceu-me muito pertinente. Penso que, no fundo, ambos têm razão. Será que ainda vamos a tempo de inverter essas situações e impedir as catástrofes que a humanidade está a incubar? Beijinhos da sua vizinha dos dias de verão.
Ola Isabel.
ReplyDeleteSim, dou lhe razão. Também penso que a opinião do professor Chinês é muito simplista e não correcto em alguns pontos. Na Alemanha está a formar-se neste momento uma nova classe de trabalhadores "pobres" (embora ainda muito menos pobres do que em Portugal! comparado com os ordenados que têm). Mas estas pessoas são pobres apesar de trabalharem sem descanso (segundo um artigo da revista "Der Spiegel" da semana passada.
Em relação à sua pergunta - se temos salvação? Não sei responder porque não consigo prever o futuro. Apenas posso alertar a opinião de muitos cientistas e ecologistas que teimam um colapso demográfico devido às limitações de recursos naturais inerentes no Mundo e da nossa maneira de lidar com estes recursos limitados. E segundo estes cientistas, de 9 factores determinantes e limitantes do bem estar na terra 4 já serão irremediavelmente ultrapassados (veja -> Planetary Boundaries na Wikipédia).
ReplyDeletePodemos construir muitos cenários. Um que eu construia é o seguinte:
"Estamos actualmente numa crise económica que já pode ser um primeiro sinal de um futuro colapso. Também, o que talvez aconteça agora é uma redistribuição das riquezas à nível mundial. É o dividir de riquezas limitadas a qual o Professor Chinês se opõe. Mas na minha opinião está partilha é justa e talvez também inevitável devido à uma simples razão: a produção e divisão das riquezas depende do saber. E o saber é cada vez mais um bem comum devido às possibilidades da sua comunicação e distribuição. São as novas tecnologias que possibilitaram esta democratização do saber. Por isso, a distribuição e partilha das riquezas vai continuar - e se entendo bem o Professor Chinês, ele também concorda com ela (deste que as pessoas trabalham para a sua produção)! Felizmente a distribuição das riquezas começou à nível mundial. Localmente observam-se no entanto tendências inversas."
Evitar uma catástrofe demográfica é outro assunto - e lembrar-se de velhos valores de ética e moral ainda outro - talvez posso lembrar Kierkegaard para o último.